terça-feira, 30 de junho de 2015

A geografia da Moqueca

O brasileiríssimo prato é presença garantida em qualquer lugar do litoral do país, mas em nenhum deles ela é apenas um ensopado de peixe.
A moqueca é legião. O incauto imagina que basta ensopar o peixe num caldo bem grosso com dendê e voilà, habemus
moqueca. Tanto que a baiana não é igual a capixaba que não é igual a paraense. Feito de peixe, frutos do mar ou mariscos, são muitas as possibilidades do prato ao longo do Brasil. Cada região possui sua particularidade no preparo da receita. Até porque o tal ensopado — que constitui a base da moqueca — é um hábito alimentar que basicamente todo ser humano que vive próximo ao mar desenvolveu.
A moqueca no Brasil é uma herança de diferentes povos que se estabeleceram na nossa extensa faixa litorânea. É assim que o prato acabou por receber influência de culturas como a indígena, a negra e a portuguesa — é por isso que fica difícil precisar de onde exatamente surgiu o preparo da iguaria. Para se ter uma ideia, o nome ‘moqueca’ vem tanto de poqueca, no tupi, assim como do mu'keka, do dialeto angolano quimbundo.

Na tentativa de mapear o surgimento do prato no país, o sociólogo Carlos Alberto Dória registra no livro Formação da Culinária Brasileira, duas matrizes da culinária local, as cozinhas seca e molhada. “Nas regiões litorâneas, prevaleciam a cozinha dos fogões, especialmente dos cozidos, feita de moquecas, picadinhos, etc”, escreve o autor. “Nos sertões, onde se davam conquista das terras e a lida com o gado, destacavam-se alimentos secos, como as paçocas, o cuscuz, desenvolvidos pelo tropeirismo”, nota.
O sociólogo também lembra que na região entre os estados do Maranhão e Espírito Santo, você têm variações da moqueca feitas com leite de coco e diferentes azeites, enquanto no Sudeste do país prevalece uma receita aportuguesada, mais conhecida como peixada.
A certeza está no fato de que tanto índios (que depois de assar o peixe serviam a carne reidratada em forma de ensopado), africanos e portugueses dominavam a técnica do ensopado. Para entender mais sobre o brasileiríssimo prato , explicamos o preparo das receitas de moqueca mais famosas no país.
Moqueca Capixaba (Espírito Santo)
É feita com peixes nobres como o robalo, badejo ou namorado, tomate, limão, pimenta malagueta e azeite de oliva. Há versões da moqueca capixaba preparadas com coentro e outras somente com salsinha. O pirão que acompanha o prato é feito, normalmente, com farinha de mandioca cozida no caldo que usa a cabeça do peixe ou uma posta do pescado.
Moqueca Baiana (Bahia)
A principal característica da moqueca baiana está no uso do azeite de dendê, um condimento muito característico da culinária negra angolana, e não pode faltar coentro. No preparo do prato baiano, vão também postas de peixe, camarões, tomate, pimentão e leite de coco, além de cebola, alho, sal e pimenta.
Moqueca Paraense (Pará)
O segredo da moqueca paraense está na posta de filhote de peixe e em ingredientes locais como o tucupi, um caldo extraído da mandioca brava e no jambu, uma florzinha que deixa a boca dormente. Aqui sai o dendê e o coentro, e entram azeite de oliva e cheiro verde, além da farinha de tapioca. A moqueca paraense é escoltada por aviú, um camarão miúdo típico da Amazônia, patas de caranguejo e ovos cozidos.
Moqueca Maranhense (Maranhão)
Ao longo do Nordeste, a Moqueca costuma seguir o mesmo padrão da baiana, não dispensando dendê, coentro, leite de coco e pimentão. No Maranhão, porém, a receita da iguaria também leva creme de leite e no lugar do peixe a mais pedida por lá é feita exclusivamente de camarão.
Moqueca Carioca (Rio de Janeiro)
No meio do caminho entre a moqueca baiana e a capixaba está a receita carioca, que aproveita o melhor dos dois mundos. Une postas e peixe, camarão, dendê, salsa e cebolinha, dispensando coentro e pimentão que podem ser indigestos para muitos comensais.
Moqueca de Ovo
Esteja você onde estiver, a democrática moqueca de ovo pode ser feita com azeite de dendê, cebola, alho, tomate, suco de limão, pimentões e ovos que devem ser estralados sobre a cama de legumes refogados. Essa é também uma opção vegetariana, mas se você não tiver restrições alimentares, basta acrescentar camarões secos, que podem ser encontrados em todo Brasil.

Fonte:VICE Brasil

Bolo Chiffon de Limão da Cida

Entusiasta da cozinha sem glúten e lactose, Maria Aparecida Bernabó, tem testado algumas receitas com fécula de arroz, farinhas das mais diversas. E para nossa surpresa, preparou um Bolo Chiffon de Limão, que eu nao resisti de tao gostoso.
Bolo chiffon é uma preparaçao muito leve, feito de óleo
vegetal ou manteiga, ovo, açúcar, farinha, fermento e saborizantes. É uma combinação entre bolo amanteigado e bolo esponja. Diferentemente da manteiga, comumente utilizada em bolos, é difícil aerar o óleo, por isso o bolo Chiffon, assim como o bolo Angel's food, consegue uma textura fofa por bater as claras em neve, e adicionando-as à massa antes de assar, e que ela deu uma saída estratégica.

Os altos teores de óleo e ovos criam um bolo muito úmido, normalmente servido meio frio, tem uma textura bem diferente dos bolos tradicionais, e como o óleo se mantém líquido a baixas temperaturas, o bolo Chiffon não tende a endurecer como os outros bolos. 
Sendo assim, o bolo Chiffon é ideal para coberturas e recheios que necessitem de refrigeração, como o sorvete. O bolo Chiffon normalmente possui menos gordura saturada que outros bolos amanteigados, o fazendo potencialmente mais saudável que seus correspondentes feitos de manteiga. Em contrapartida, a ausência de manteiga faz com que o bolo Chiffon não seja tão rico em sabor, sendo necessário um recheio como frutas ou chocolate.

Receita do Bolo Chiffon da Cida
Ingredientes:

1 xícara de chá de açúcar
1/2 xícara de açúcar glace
2 xícaras de chá de fécula de arroz
200 gm de farinha de amêndoas
150 gm de coco ralado                                    
3 colheres de chá de fermento em pó
1/2 xícara de óleo
6 gemas
3/4 de xícara de chá de água gelada
1 colher de chá de zestes de laranja cristalizada
1 colher de sopa de raspas de limão
6 claras

Modo de fazer:

Peneire o açúcar e bata com o oleo, por cerca de 5 minutos, peneire a fécula com a farinha e o fermento em uma tigela grande. Abra uma cavidade no centro e coloque os ingredientes restantes pela ordem indicada. Mexer vigorosamente até incorporar todos os ingredientes. No fim, bata as claras batidas com o açúcar glace em neves. Leve a assar em forma untada e enfarinhada. Desenforme depois de frio e cubra com o creme de limão.
Uma  delicia de bolo, que vale a pena provar!

Eventos em Gastronomia

DIGA-ME O QUE COMES E TE DIREI QUEM ÉS: 
UMA IMERSÃO NA ROMA ANTIGA

Degustação guiada sobre a Arte Culinária e seus significados socioculturais.

No dia 23 de julho a Como Me Lo Como abre suas portas para receber uma viagem pela história e sabores do universo da Roma Antiga, em que os convivas poderão comer e beber como os Romanos.


A proposta é de proporcionar uma imersão na ritualística e nas práticas alimentares da Roma Imperial do primeiro século, acompanhada por degustação de iguarias do receituário De Re Coquinaria, do gastrônomo romano Apicius. Por meio de uma mesa composta por seus territórios conquistados, estarão presentes os mais distintos elementos culturais tais como: mel, figo, louro, orzo, azeites, damasco, anis, javali, arruda, açafrão, cravo, romã, hidromel e vinhos fortificados, pinolis, tâmaras, vitelo, dentre outros. Além das receitas de época, mosaicos, afrescos e obras literárias de Catão, Sêneca e Petrônio contextualizarão a comensalidade imperial.

À mesa comam menos de quanto desejam (…), bebam enquanto a vossa mente e as vossas pernas aguentarem e não vejam dois homens no lugar de um!

Ovidio, Ars Amatoria (Arte de Amar, séc I a. C.)

Isabella Callia: estudiosa das práticas alimentares da Roma Imperial e Mediterrânicas, pós-graduada em Gastronomia: História e Cultura pelo Centro Universitário Senac, Italianista, docente em Língua e Cultura Italiana pela Università per Stranieri di Perugia.

Paloma Zaragoza: Cozinheira e proprietária do espaço Como Me Lo Como de Projetos Gastronômicos.
proprietária do espaço Como Me Lo Como de Projetos Gastronômicos.

Cardápio*

Datteri Farciti (tâmaras recheadas)

Minestra D’orzo (caldo de cereais)

Asparagi (aspargos ao mel)
Salsicce di Fegato (salsicha de fígado de vitelo)
Arrosto di Capretto (assado de cabrito)
Ragù de Cinghiale (ragú de javali)
Zucchinni Cotte (abobrinhas cozidas)
Carciofi (alcachofras com molho de menta, erva doce e coentro)
Fagiolini di Baia (favas brancas)
Uova (ovos de cordona cozidos marmorados)
Dolci (doces assados)

*Cardápio harmonizado com Primitivo e ambientado à antiga moda Romana

Data 23 de julho de 2015  R$120,00 – reserva somente após pagamento   Rua Cerro Corá, 1079 Telefone 011.945709894

Para onde caminha a gastronomia do Brasil?

A Flip acontece entre os dias 1º e 5 de julho em Paraty (RJ), com esta interrogação.
Estes temas serão debatidos no "Cozinhando com Palavras", programação da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) voltada para o mundo da gastronomia. 

Na conversa, os chefs André Boccato e Morena Leite e o antropólogo Raul Lody debaterão sobre os rumos da cozinha nacional.

O evento, em que são debatidos temas gastronômicos, aconteceu pela primeira vez na feira literária em 2014 e tem o intuito de fazer uma reflexão sobre a fatia do mercado editorial dedicado à área. Entre os destaques desta edição, há o lançamento do livro "A Virtude da Gula" (Senac; R$ 69,90), de Raul Lody (veja a programação completa abaixo).

Na obra, o autor parte de um dos sete pecados capitais para tratar de pratos tradicionais brasileiros, rituais, celebrações religiosas e festas populares —tudo em 78 artigos dedicados a essas e outras questões da gastronomia nacional.
Uma homenagem aos pratos típicos da cidade está prevista para o encerramento da programação.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA
DIA 1º/7
14h - O valor da vida: 10 anos da Agência Aids (com Roseli Tardell e Gil Gondim)
19h30 - A qualidade da alimentação sem sal (com Filipe Baccarin)


DIA 2/7
10h30 - Conservas do meu Brasil: compotas, geleias e antepastos tipicamente nacionais (com Gil Gondim)
14h - Brasil bom de boca: temas de antropologia da alimentação (com Raul Lody e Luciana Marchetti da Silva)
16h - Mistura Morena: cozinha tropical brasileira (com Morena Leite; convidada musical: Giselle Tigre)
18h - A gastronomia no Brasil no século 19 (com André Boccato, Raul Lody e Zenir Aparecida Dalla Costa de Melo)
20h - Os livros como o alimento do espírito (com Jeane Passos e Rodrigo Ferraz; mediação: André Boccato)


DIA 3/7
10h30 - Cadernos de receitas da Magali (com Rodrigo de Medeiros Paiva, Sergio Alves, Jeane dos Reis Passos e Zenir Aparecida Dalla Costa de Melo)
14h - Café com etc..., baseado no livro "Sou Barista" (com Concetta Marcelina e Fábio Colombini Fio)
16h - Ceviche: do Pacífico para o mundo (com Dagoberto Torres e Patrícia Moll)
18h30 - A virtude da gula: pensando a cozinha brasileira (com Raul Lody e Gil Gondim)
20h - Lançamento do livro "A Virtude da Gula: Pensando a Cozinha Brasileira"


DIA 4/7
10h30 - Do grão à xícara, baseado no livro "Sou Barista" (com Concetta Marcelina e Luciana Marchetti da Silva)
14h - Para onde caminha a gastronomia brasileira? (com André Boccato, Morena Leite e Raul Lody; convidada musical: Giselle Tigre)
16h - A sensorialidade na gastronomia (com Fábio Colombini Fiori)
18h - Um doce Brasil, baseado no livro "Dicionário do Doceiro Brasileiro" (com Raul Lody e Otávia Sommavilla)
20h - Impacto do Prêmio Jabuti na criação e promoção literária (com Roger Mello e Marcelino Freire; mediação: Marisa Lajolo)
21h - Sarau: Mário de Andrade e o caju Marxista (com Zenir Aparecida Dalla Costa de Melo; convidada musical: Giselle Tigre)

https://www.facebook.com/flip.paraty
DIA 5/7
10h30 - Homenagem à gastronomia de Paraty (com Zenir Aparecida Dalla Costa de Melo, Luciana Marchetti da Silva e Ana Bueno)

Multiculturalismo e diversidade são as marcas da Fusion Cuisine.

A origem precisa do termo "cozinha de fusão" é incerto, apesar de "globalização culinária", "nova cozinha do mundo", "nova cozinha americana" e "nova cozinha australiana", todos os outros nomes de cozinha de fusão, têm suas raízes na década de 1970 no surgimento na França de nouvelle cuisine, que combinava elementos de francês e, principalmente, culinária japonesa (Sokolov, 1992). Como nouvelle cuisine se espalhar para outras nações, é combinada com elementos dos alimentos do país de acolhimento. Como Adam Gopnik observou, enquanto o Iluminismo nova cozinha teve lugar em França, a Revolução ocorreu em outro lugar. Na verdade, cozinha de fusão emanou principalmente dos Estados Unidos e Austrália, mas se espalhou para outras partes do mundo também. 
Cozinha de fusão podem ter decolado nos Estados Unidos e na Austrália, por causa da curta história em relação ao resto do mundo, as suas histórias únicas de imigração, a falta de uma cozinha que é claramente reconhecido por outras partes do mundo desses países, e , o mais importante, a falta de uma tradição culinária.

Como cozinha de fusão evolui, muitas cozinhas mais étnicos e regionais, além francês estão sendo combinadas para formar novos híbridos. 
Exemplares de cozinha de fusão incluem Pacific Rim cozinha predominante na Austrália e na Nova Zelândia, e Nova Cozinha do Mundo Norman Van Aken (combinando Latina, Caribe, Ásia e elementos americanos) encontrado nos Estados Unidos. 

Um exemplo de um prato de fusão específico que combina receitas chineses clássicos com técnicas francesas e ingredientes mexicanos é sweetbreads frigideira de Susanna Foo com bolinhos feitos com carne de vitela ancho pimenta e servido com Sichuan prazer em conserva e cebolinha crocante.

Cozinha de fusão é a combinação intencional de elementos de dois ou mais pratos espacial ou temporalmente distintos. Transcendendo as fronteiras geográficas e históricas convencionais, é uma forma única de culinária especial para o mundo pós-moderno de hoje. 

Cozinha de fusão é diferente combinações históricas de cozinhas, como as que ocorreram no século XVI, quando os gêneros dos Novo e Velho mundos misturados. 
Também é diferente de cozinha crioula, que combina elementos do francês, cozinha Africano, acadiana, e Native American. Geógrafos têm descrito a longa história dos alimentos que atravessam as fronteiras geográficas e as formas em que o alimento é socialmente construído através de vários processos (Cook e Crang, 1996; Bell e Valentine, 1997). Formas anteriores de cozinha que combina elementos de diferentes regiões ou grupos étnicos eram reativa, ao invés de pró-ativa, como é a cozinha de fusão de hoje. Estas cozinhas surgiu lentamente a partir das práticas de cozinhar todos os dias que ocorreram dentro de cada família e das comunidades locais. Em contraste, a cozinha de fusão tem se desenvolvido rapidamente e encontrou o seu caminho em cozinhas e restaurantes todos os dias como uma conseqüência direta das atividades concertadas e consciente dos intermediários culturais na forma de cozinheiros profissionais, chefs celebridades, e os autores do livro de receitas. Cozinha de fusão é um processo inovador e experimental que exige de seus praticantes a constante criação ou recriação de elementos em novas formas de alimentos.

As condições sociais e culturais que têm contribuído para o desenvolvimento de uma cozinha de fusão, bem como a
maioria das formas de cozinhas contemporâneas, incluem processos crescentes de globalização, aumentando os fluxos culturais através da mídia e das viagens, o surgimento de uma cultura de consumo, o sistema alimentar moderno, a expansão da indústria do livro de receitas, o aumento da proeminência de chefs de todo o mundo, o crescimento da indústria de alimentos e restaurante, e uma maior preocupação com estilos de vida saudáveis. Imagens bombardeiam constantemente o mundo, aumentar o conhecimento do consumidor e aumentar a demanda. Além disso, os avanços na tecnologia tornaram alimentos de todo o mundo ao alcance de todos em qualquer momento. Limites são eliminados através da Internet, televisão e da conveniência e acessibilidade das viagens. Além disso, como os consumidores se tornam cada vez mais preocupados com a vida estilos de vida saudáveis, a idéia de misturar os elementos mais saudáveis a partir de uma variedade de cozinhas, torna-se atraente. Por exemplo, cozinhar e grelhar pode substituir fritura como um método de cozimento, enquanto que as ervas e especiarias são usados em lugar de manteiga. A combinação destes elementos culturais e económica, aumenta a probabilidade de que muitas formas e combinações culinárias existirá.

Cozinha de fusão, como a música de fusão e religião, apela para o multiculturalismo, diversidade e novidade, mas também é muito fácil para o mercado. É uma expressão do mundo contemporâneo de imagens e promove activamente uma mistura e diversidade de culturas. É uma cozinha global, no sentido de que os seus elementos são representativos de culturas em todo o mundo. Um dos desenvolvimentos mais interessantes associados com cozinha de fusão é que nenhuma cultura única, com exceção dos franceses, domina. Cozinha de fusão combina elementos de que são tradicionalmente referido como cozinhas étnicas ou regionais, e pode proporcionar uma oportunidade para integrar várias cozinhas étnicas e regionais, bem como proporcionar oportunidades para imigrantes e chefs minoritários. Além disso, por causa da hegemonia da culinária francesa que persiste no mundo da culinária, que combina elementos da cozinha francesa pode elevar o status de várias cozinhas étnicas e regionais de uma forma que não poderia ser feito de outra forma.

Cozinha de fusão, foi recebido com reações diversas, pois é caracterizada pela sua falta de regras, ou talvez, mais precisamente, pelo preceito de que as regras devem mudar constantemente. Fischler afirmou que a gastronomia contemporânea pode ser melhor pensado como "gastro-anomia" cada vez mais caracterizado pela sua falta de estrutura normativa. Os críticos argumentam que os profissionais de cozinha de fusão desconstruir franceses e outros pratos (que não codificaram as tradições culinárias e são claramente entendidas como línguas culinárias únicas) e remontá-las em "novas frases culinárias" que não são gramaticalmente correta. 
Outra crítica de cozinha de fusão relacionado e freqüentemente ecoado é que ele é uma mistura aleatória de culturas que não tem um respeito pela tradição. Além disso, determinados pratos se tornam mais ou menos populares como parte do híbrido, dependendo do que é "quente" no momento e não necessariamente sobre o que gosto bom. Por causa de processos crescentes de globalização e do consumismo, é improvável que a culinária fusion vai desaparecer tão cedo. Existem infinitas combinações possíveis ainda a ser criado.

Bibliografia

Bell, David e Gill Valentine. Geografias Consumir: Nós AreWhere que comemos. London: Routledge, 1997.

Cook, Ian, e Philip Crang. "The World on a Plate:. Cultura culinária, deslocamento e geográfica Conhecimento Jornal da Cultura Material 1 (1996): 131-153.

Cwiertka, Katarzyna. "A globalização Culinária e Japão". JapanEcho 26 (Junho de 1999): 52-58.

Fischler, Claude. "Hábitos Alimentares, a mudança social, ea Natureza / Cultura dilema." Informação Ciências Sociais 19 (1980): 937-953.

Gopnik, Adam. "The Politics of Food: há uma crise em Culinária Francesa?" The New Yorker (28 de Abril e 05 de maio de 1997): 150-161.

Heffernan, Greg. "Pacific Rim Fusão Cooking". Proceedings of the World Association of Cooks Societies, 28 Congresso Mundial, a Nova Zelândia Chefs Association Inc., Melbourne, Austrália, 1998. Disponível em www.chef.co.nz / chefs / html / pacific_rim_cooking.html.

Rice, William. "Juntos at Last: os americanos Abrace pratos de fusão." Chicago Tribune, 14 de janeiro de 1998. Disponível em www.freep.com/fun/food/qfuse14ew.htm.

Sokolov, Raymond. Por que comemos o que comemos: Como o encontro entre o Novo Mundo eo Velho mudou a forma como todos no planeta come. New York: Summit, 1991.

Symons, Michael. "Comer a pensar: Explorations in Sociologia da cozinha." Ph.D. Diss., Flinders University of South Australia, 1991.

"O Jantar" por Naira Scavone

O ensaio explora ingredientes do cotidiano para fazer pensar as relações de poder e seus travessamentos – classe, gênero, cultura e política – no campo da gastronomia. 
Sem o objetivo de publicar receitas ou técnicas de preparo, Naira Scavone busca despertar o apetite e seduzir o leitor a descobrir e romper a barreira que não é apenas a fome que nos faz comer.

Naira Scavone levanta questões e respostas importantes sobre a alta gastronomia brasileira.
Qual a razão primordial para que o espaço da cozinha profissional seja ainda dominado pelos chefs masculinos (apesar da recente moda das chefs mulheres e, especialmente, da tradição secular da cozinha caseira cotidiana ser predominantemente de fatura feminina)? Qual a justificativa para o desenvolvimento de um novo gosto gastronômico a partir da presença de chefs estrangeiros em restaurantes e hotéis internacionais no Brasil (especialmente os franceses e os italianos)? Porque a gastronomia de experimentação e de vanguarda é sempre de fora (Espanha, Japão, Itália e França) e quase nunca a partir de uma cozinha de origem brasileira, resultando esta mais ancorada no conservadorismo para ser respeitada na sua qualidade intrínseca? Qual a razão para a “descoberta” de certos ingredientes brasileiros (pimenta-rosa, carambola e mandioquinha, por exemplo) como sofisticados, exóticos e apreciáveis, estar na palavra de chefs estrangeiros e não como proposta de chefs brasileiros? Qual o papel das revistas especializadas na formação do gosto no atual momento da gastronomia brasileira?

Naira Scavone é formada em Psicologia na ULBRA e mestre em Educação pela UFRGS. No período de 2001 a 2009, atuou como professora e orientadora da EGAS – Escola de Gastronomia Aires Scavone. Atualmente, é Coordenadora de Estágios e docente na FAVI – Associação Vitoriana de Ensino Superior na cidade de Vitória (ES) e também leciona no Centro Universitário São Camilo em Cachoeiro do Itapemirim (ES).


Discursos da gastronomia brasileira: gêneros e identidade
nacional postos à mesa

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13731/000614930.pdf?sequence=1

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Azeite Espanhol Orgânico eleito o melhor do mundo


O azeite da marca L.A. óleos produzidos por La Amarilla de Ronda,
é produzido em uma empresa familiar fundada em 2004. Começou com um pequeno olival de 12 hectares, que combinou um produto de qualidade com um design original da embalagem com os
"inkwells" peculiares de azeite de oliva extra virgem. A empresa tem expandido a partir de um pequeno olival desde sua fundação, para lidar com até lidar com o manjo de 53 fazendas de diferentes variedades produtoras.
La marca, que tem várias linhas de produtos, LA Orgânica é uma mistura das principais variedades de azeitonas de seu bosque e vendida em garrafas de vidro; O ouro é o óleo mais reconhecido, uma edição limitada, comparável com a "Gran Reserva" no mundo do vinho.Este óleo vem de produtores na área do Parque Natural das Serras Subbética, a a embalagem foi criado por Philippe Starck tendo
ganhado varios prêmios. Finalmente, gama Cuisine La que é o uso mais econômico e diário do azeite e permite que os consumidores de todos os orçamentos possam ter acesso ao azeite de qualidade.
A marca vende principalmente o óleo na Espanha e, embora as exportações para mais de 35 países entre os quais EUA, Rússia, Canadá, Japão e China.  
Em adição à sua gama de azeite de oliva extra virgem orgânico de qualidade, também comercializa uma linha de vinagres.No óleo Oleícola Internacional Oil Competition Zurique LA Oro Orgânica ganhou como o melhor Azeite do evento de Ouro Olive, bem como prêmios de Melhor azeite em Espanha e Melhor azeite
biológico enviados para o concurso .A marca ficou conhecida anos atrás, quando o Chef Sergi Arola apresentou LA Cuisine. Agora, esta linha de óleos de oliva ouro produzidas em sabor ecologicamente intenso sem fertilizantes químicos ou pesticidas, um triunfo do mundo por ter ganho este prêmio importante.

Uso de agrotóxico no Brasil mais que dobrou em dez anos, aponta IBGE

Entre os anos de 2002 e 2012, aumento na venda foi de 155%. São Paulo lidera ranking dos estados onde comercialização é maior.

O IBGE divulgou sexta-feira ultima dia(19) um relatório sobre o chamado desenvolvimento sustentável. 
É um estudo que considera não só a atividade econômica, mas também as questões ambientais. E esse documento traz um alerta: a venda de agrotóxicos no Brasil cresce em ritmo acelerado.Nunca se usou tanto agrotóxico nas lavouras brasileiras. 
De acordo com o IBGE, a utilização de produtos químicos para o controle de pragas, doenças e ervas daninhas mais que dobrou em dez anos.Entre 2002 e 2012, a comercialização de agrotóxicos no país passou de quase três quilos por hectare para sete quilos por hectare. Um aumento de 155%. 
São Paulo lidera o ranking dos estados onde a venda de agrotóxicos é maior, seguido de Goiás e Minas Gerais. Para o pesquisador da Unicamp o aumento é preocupante.“Se você tem um uso maior do que o recomendado, você tem uma contaminação ambiental maior, você tem o risco de uma contaminação ambiental maior”, afirma Antônio Bliska Junior, pesquisador da Unicamp.
Os fabricantes recomendam que se siga à risca as recomendações de uso para que o veneno ataque apenas as espécies que ameaçam as plantações.Além do aumento do uso de agrotóxicos sobre os alimentos, o IBGE também avaliou os diferentes tipos de venenos pulverizados sobre as lavouras. 
A maioria dos produtos foi considerada perigosa para a saúde e ao meio ambiente. E quase 30% dos agrotóxicos foram classificados como muito perigosos. 

A questão é que para a maior parte dos brasileiros essas informações são desconhecidas na hora de ir às compras.“Como eu tenho restaurante a preocupação é muito grande, porque não vem escrito onde tem onde não tem”, diz a dona de restaurante Laura Martins,O produtor Marcelo Mantenário diz que também falta informação no campo.

“O produtor não tem interesse nenhum em usar veneno indiscriminadamente. Mas muitas vezes ele não tem uma assistência técnica no campo e ele vai na loja e compra o que o cara da loja receita”, conta Marcelo Mantenário, presidente da Associação de Orgânicos de Teresópolis.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária disse que acompanha a situação, e que pode reavaliar o registro de agrotóxicos se surgirem indícios de riscos para a população, ou se receber algum alerta de organizações internacionais.O Ministério da Agricultura declarou que fiscaliza o comércio e o uso de agrotóxicos de forma rigorosa. 
O Jornal Nacional perguntou ao Ministério sobre a falta de informações para consumidores e agricultores, como foi mostrado na reportagem. O Ministério da Agricultura informou que as informações estão publicadas na internet.

Essen, na Alemanha, foi escolhida a “capital verde” da Europa. Mas, para obter esse título, é preciso muito mais do que parques

Por Deutsche Welle 
 A cidade de Essen, no oeste da Alemanha, foi escolhida a “capital verde” da Europa para o ano de 2017 – um prêmio dado anualmente pela Comissão Europeia para exemplos de ações ambientalmente importantes, incluindo esforços locais para melhorar o meio ambiente no perímetro urbano e promover o crescimento sustentável.



Desde 2010, o título é concedido a cidades europeias com população superior a 100 mil habitantes. A premiação é dada sempre dois anos antes do período proposto. Para 2016, a vencedora foi Liubliana, na Eslovênia. A inglesa Bristol ganhou o título para 2015, e a capital dinamarquesa Copenhague, no ano passado.
Antigo centro de mineração de carvão, no coração do Vale do Ruhr, Essen foi reconhecida por superar o desafio da sua história industrial e reinventar-se de maneira ambientalmente sustentável. Depois, tornou-se exemplo para outras cidades.
O que faz uma cidade ser considerada “verde”?
Um grupo independente de especialistas analisou as cidades, para um concurso,  com base em fatores como qualidade do ar, transporte, áreas verdes urbanas e medidas para lidar com as mudanças climáticas.
George Ferguson, prefeito de Bristol, na Inglaterra, descreve as mudanças climáticas como “o maior desafio” que as cidades europeias precisam encarar. Segundo ele, enfrentar isso depende de inovação – e muitas vezes com bom humor. Exemplo disso é o que ficou popularmente conhecido como “poo bus”, ônibus movido a fezes.
“É o ônibus número dois, e funciona por meio de dejetos humanos. Mas não cheira mal”, brinca Ferguson.
O “poo bus” faz parte da campanha de Bristol para reduzir a emissão de carbono em 40% até 2020. Outras medidas rumo a esse objetivo são apoiadas por projetos que incentivam o aumento da energia renovável e a redução no consumo de energia.
Antecessora de Bristol como “capital verde” da Europa, Copenhague tem ambições ainda maiores quando o assunto é mudança climática. A mais ousada é extinguir a emissão de carbono até 2025. Na última década, a cidade já conseguiu reduzir o índice em 40%.
Há ainda mais esforços dos dinamarqueses para aumentar as estruturas construídas com energia renovável e fomentar o uso adequado das bicicletas, com programas como o “bike-butler” (“mordomo de bicicleta”).
Quando as pessoas estacionam as bicicletas em locais inconvenientes, os “mordomos” as removem. Mas quando os ciclistas chegam para pegá-las de volta, eles não são punidos com multa, mas sim cumprimentados de forma amigável. Pode soar quase inacreditável, mas, além disso, a bicicleta ainda recebe um banho de óleo nas correias e tem os pneus cheios.
“Criando soluções aprazíveis e elegantes para quem pedala, tornamos a atividade ainda mais atrativa”, diz Lykke Leonardsen, chefe da agência municipal que tenta “livrar” Copenhague do carbono.
Aparentemente, funciona. Hoje, em Copenhague, 45% de todos os deslocamentos para o trabalho e para a escola são feitos de bicicleta.
Além de reduzir a emissão de carbono, uma “cidade verde” deve ser também literalmente verde. Isso, porém, não significa apenas ter parques. A expressão da moda em termos de planejamento urbano é “infraestrutura verde”, definida como áreas naturais projetadas para desempenhar uma série de funções.
Ronan Uhel, da agência europeia de meio ambiente, conceitua a infraestrutura verde como “uma solução de base natural” que também pode contribuir para a preservação da biodiversidade.
“Pode estar relacionado à eficiência energética de prédios, pode suavizar as divisões das nossas paisagens, pode ser útil para regenerar a acessibilidade aos rios”, diz Uhel.
Um grande projeto em Copenhague envolveu a criação de uma rede de áreas verdes que pode absorver a água das chuvas – resultado de um replanejamento devido a uma tempestade, em 2011, que causou grandes danos à infraestrutura da cidade e ameaçou risco de vida a várias pessoas.
Agora, essas áreas desviam a água da chuva, ajudam a limpar o ar e atuam como espaços conjuntos para a comunidade.
“Isso está esverdeando a cidade, deixando-a mais saudável e atrativa”, afirma Leonardsen.
Martin Powell, chefe de desenvolvimento urbano da empresa alemã Siemens no Reino Unido, salienta o quão isso é importante:
“Uma cidade verde é absolutamente essencial para atrair o capital humano que você quer ver trabalhando e vivendo no local”, diz.
Powell afirma que os municípios e a iniciativa privada podem “pegar carona” e colocar a infraestrutura verde para investimentos. Ele sugere que, quando grandes edifícios passam por uma renovação energética, podem incluir algumas características.
“Por que não integrar com um telhado verde um lugar permeável, no lado de fora, para ajudar no escoamento da água vinda da superfície, uma drenagem sustentável e outras infraestruturas verdes?”, sugere Powell.
Ferguson, prefeito de Bristol, finaliza dizendo que as cidades são, ao mesmo tempo, fontes de muitos problemas, mas também de muitas soluções.
“Se as cidades podem se tornar um laboratório de mudanças, os benefícios podem ser espalhados por toda a Europa. Uma cidade, sozinha, não vai mudar o mundo. Mas se compartilharmos ideias, e também os problemas, vamos compartilhar as respostas, e aí poderemos mudar o mundo”, conclui.
* Publicado originalmente pela Deutsche Welle e retirado do site Carta Capital.

Embalagem descartaveis com dias contados na França

É nos pequenos gestos do cotidiano que os europeus revelam de forma mais clara sua consciência ecológica.
Colheres, facas, garfos, pratos… Artigos descartáveis, em breve, não terão mais vez na mesa dos franceses. 

É que o parlamento do país aprovou lei que proíbe a venda desses produtos, responsáveis pela geração de toneladas de lixo todos os anos.
A medida faz parte do Programa de Transição Energética da França e deve começar a valer a partir de janeiro de 2020. 
A maioria da população, no entanto, não curtiu nem um pouco a ideia.
A intenção inicial da bancada ambientalista, que propôs a medida, era emplacar a lei já em 2017, mas a resistência da população – e, também, de muitos políticos – adiou a mudança em mais três anos.
 Impulsionados por uma lei que ninguém contesta, os franceses estão abolindo o uso de sacolas plásticas descartáveis em ritmo acelerado. Até 2010, o país extinguirá o uso dos sacos descartáveis.
Em cidades como Paris, uma metrópole de 1,8 milhão de habitantes, congestionamentos de carrinhos de feira colorem as calçadas nas imediações dos supermercados. Eles são a escolha mais adotada pelos consumidores para substituir o uso de sacolas.
Nos últimos cinco anos, o consumo de sacos plásticos na França caiu de 10,5 bilhões de unidades em 2002 para 5,9 bilhões três anos mais tarde.
Na rede Champion (grupo Carrefour), 50% dos supermercados já acabaram com a regalia ecologicamente incorreta. Em toda a rede, a redução do uso foi de 70%. No grupo Auchan, 116 das 117 lojas extinguiram o saco. De 1,3 bilhão de unidades distribuídas em 2003, passaram a ser gastas 40 milhões em 2007. Para o próximo ano, a meta é a extinção.
O resultado foi obtido pela conjunção do poder de comunicação das grandes redes somado ao auxílio de ONGs ambientalistas, como a WWF, que emprestaram sua credibilidade a campanhas de conscientização.
A estratégia foi estimular a substituição dos sacos descartáveis por sacolas duráveis ou por carrinhos de feira.

Morro do Chapéu, na zona oriental da Chapada Diamantina, na Bahia produz Aspargos e Uvas para vinhos.

A cidade começa a produz Aspargos Selecionados e deve se tornar o novo polo vinícola da Bahia

Primeiramente habitada pelos índios Paiaiás, no início do século XVI, Morro do Chapéu ganhou esse nome devido ao Morrão de mais de 1.200m em forma de chapéu, que reina absoluto nos ares. Somente em 1909, foi alçado à categoria de cidade. 

A sua história remonta ao coronelismo e ao ciclo do diamante na Bahia. Envolta por uma infinidade de cachoeiras - destaque para a do Ferro Doido, com seus 118m de queda dágua -, grandes paredões, desfiladeiros e grutas, a paisagem de Morro do Chapéu encanta pela diversidade de belezas naturais. 
Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, uma região que foi alcançada, a partir da segunda metade do século XVII, por frentes desbravadoras, que tinham com objetivo expandir o projeto da colonização através da extensão da pecuária no sertão baiano. Neste contexto, a região tornou-se palco de disputas, choques de interesses e ideologias divergentes, que promoveram um projeto fricção interétnica dos nativos. Nesta trama aparece a história dos jesuítas, dos índios Paiaiás, dos negros fugidos que residiam num mesmo espaço. Assim, este trabalho aborda as trajetórias de diversos atores que foram responsáveis pela estruturação deste espaço que tinha a Igreja como a principal responsável administrativa. 

O clima é tropical de altitude, com a classificação internacional da escala de köppen como Csb com temperaturas amenas, por volta de 18 a 24 °C. No inverno, já foi verificada a temperatura de 5°C, nos horários de maior frio.

Morro do Chapéu é um município brasileiro do estado da Bahia. 
Localiza-se a 384km a noroeste da capital do estado, na zona oriental da Chapada Diamantina e possui altitude média de 1.100 m. Os pontos de maior altitude podem chegar a 1.350m, sendo, portanto, uma das cidades mais frias do estado com temperaturas beirando os 10ºC em algumas épocas do ano.
A economia da região é fortemente baseada na agropecuária de subsistência, e apesar do potencial ecoturístico da região, essa característica é pouco explorada nesse município. 


Suas principais atrações turísticas são a Gruta dos Brejões e a Cachoeira do Ferro Doido.
O município também dispõe de outros pontos turísticos, como a Cachoeira do Agreste, com suas trilhas maravilhosas; o Buraco do Possidônio, que no seu interior encontram-se árvores nativas, como o cedro. Cientistas julgam ter sido um meteoro gigante que caiu e abriu essa cratera; o Balneário do Taréco, que tem águas termais e segundo a população são medicinais; o Morrão, morro que deu origem ao nome do município por ter a forma de um chapéu, sendo visto do lado Sul; além de um centro ufológico.

O município se destaca pelo seu clima, o único desse tipo no Estado da Bahia. 

Bernardo, produtor de aspargos na região de Morro Chapéu (Bahia Brasil) vende a sua produção no Restaurante do Chalé Suiço de Morro de Chapéu, de propriedade de Stéphane Aebischer, que oferece, no cardápio do restaurante, os produtos seguindos, feitos com os aspargos : crema de aspargos,  sopa de aspargos, e diversos pratos feitos com aspargos de primeira qualidade.

 Uma fazenda experimental foi montada, no município de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, para o plantio de uvas usadas na produção de vinhos. O objetivo é que a cidade venha a se tornar o novo polo vinícola da Bahia.
As mudas das videiras vieram da região de Champagne, na França, e foram plantadas em maio de 2010. 



São nove tipos de uvas (Cabernet Sauvignon, Monblanc, Syrah, Sauvignon Blanc, Moscato, Chardonay, Malbec, Petit Verdot e Cabernet Franc) que vão produzir as primeiras mil garrafas de vinho e espumante de Morro do Chapéu.
A plantação experimental do projeto para avaliação técnica e econômica da videira em Morro do Chapéu tem uma área de 1,4 hectare. Para a primeira colheita, foi utilizado um terço da área total. A produção será enviada para Petrolina (PE), onde o vinho será fabricado.
“A previsão é de que teremos um vinho muito bom, e queremos aproveitar essa primeira produção para reinvestir o que for arrecadado na ampliação do projeto”, disse o presidente da Associação de Produtores e Criadores de Morro do Chapéu, Odilésio Gomes.
Produção experimental em outras cidades da Chapada
Uma vez confirmado o potencial vinícola da região, além da capacitação para a produção, os agricultores familiares receberão mudas, para que, associados em forma de cooperativa, comecem a produzir vinhos finos e espumantes. 

A Secretaria da Agricultura também pretende produzir uvas de forma experimental nas cidades de Mucugê e Rio de Contas, que, assim como Morro do Chapéu, apresentam climas favoráveis à plantação de videiras. 

Stéphane Aebischer é o distribuidor oficial dos Aspargos da fazenda de Bernardo, na região de Morro do Chapéu

Mais informação : tel 074 9977 7184

Bom Bocado e a opulência do "Ouro Branco" em Portugal e no Brasil.

"Sem a escravidão não se explica o desenvolvimento no Brasil de uma arte de doce, de uma técnica de confeitaria, de uma estética de mesa, de sobremesa e de tabuleiro, tão cheias de complicações e até de sutilezas e exigindo tanto vagar, tanto lazer, tanta demora, tanto trabalho no preparo e no enfeite de doces, dos bolos, dos pratos, das toalhas, das mesas. 

Só o grande lazer das sinhás ricas e o trabalho fácil das negras e das molecas explicam as exigências de certas receitas das antigas famílias das casas-grandes e dos sobrados".
Gilberto Freyre

Portugal vivia no século XVI, a opulência do OURO BRANCO desde o surgimento do "assucre" madeirense,
O comercio do Açúcar foi o produto de maior sucesso comercial do Brasil colonial. O primeiro produto a ser explorado foi o pau-brasil, que deu o nome ao país, mas a qualidade do solo e do clima propiciaram, desde cedo, a cultura da cana. Teve início em 1532, quando o governador-geral, Martim Afonso instalou o primeiro engenho na capitania de São Vicente. Os colonos receberam terras para o cultivo, em regime de sesmarias, ficando obrigados a pagar o dízimo ao capitão donatário. Por sua vez, as terras eram arrendadas aos agricultores mediante um contrato escrito, por um período de 9 a 18 anos.
Entre 1570 e 1670, o Brasil tornou-se no maior produtor de açúcar mundial.

As províncias de Pernambuco, Baía, São Vicente e Rio de Janeiro eram os centros mais importantes. O êxito da cultura da cana teve origem numa série de vários fatores. O cultivo era possível independentemente da topografia do terreno, a cana podia ser cortada a cada seis meses, não eram necessários trabalhos de irrigação, não existiam pragas, e ainda contavam com uma mão de obra escrava abundante para os trabalhos agrícolas. 
A riqueza que rapidamente se gerou atraiu a cobiça dos estrangeiros, primeiro os franceses e depois dos holandeses que aí se instalaram durante várias décadas e, mais tarde, dos corsários ingleses.
A origem da Doçaria Conventual em Portugal terá origem no século XV. 
Terá sido neste período que o açúcar entrou na tradição gastronômica dos conventos. 
O principal adoçante até esta altura era o mel, sendo o açúcar um ingrediente vulgar. Com a colonização da Ilha da Madeira, o açúcar recebe uma atenção especial, sendo
cultivada a cana de açúcar.
A lista de doces conventuais é extensa e abrange todas as regiões de Portugal. Saliente-se, ainda, que a confecção de um determinado doce pode variar consoante a região, e o convento de origem. As receitas das mesas senhoriais foram levadas pelas freiras nobres que confeccionavam doces finos e sofisticados, para as embaixadas da Corte e do Papa. 

Esta doçaria conventual era marcada por uma personalidade muito própria diferenciando assim os inúmeros doces: bolo prior, barriga de freira, frades, beijos de frades, lágrimas, doce de esperança, fatias de bispo, pudim princesa, sopa da rainha, papos de anjo etc. Apesar dos ingredientes da doçaria conventual serem abundantes em frutas cristalizadas, especiarias, amêndoas, vinho, a enorme quantidade de ovos utilizado nas receitas foi a principal característica da época. Os confeiteiros ou mestres do açúcar criavam uma doçaria escultória enquanto os pães de açúcar, as conservas de frutas: cidradas, aboboradas, nesperadas, pessegadas, uvadas, laranjadas, batatadas, marmeladas eram recomendados nas receitas, para chegar até o ponto de espadana porque se destinavam ao embarque. As geléias caseiras também já eram muito apreciadas.

Significado de Bom-bocado
m. Variedade de doce, feito de açúcar, amêndoas pisadas, gemmas de ovos e chila.

Para os Portugueses, um bocado é uma oportunidade de passar bons momentos, de desfrutar de deliciosos momentos, talvez esta seja a raiz do pensamento, ao comermos este docinho.
De sua origem Conventual, resta pouco, nas receitas mais tradicionais ele era feito com calda grossa de açúcar à qual, depois de fria, se misturavam muitas gemas, um pouquinho de farinha, manteiga e amêndoas trituradas, levando-se a assar em forminhas, no processo conhecido por banho-maria.
A generosa utilização de ovos nas cozinhas doces Portuguesas, se dava em grande parte, devido ao fato de que Portugal foi o principal produtor da Europa entre os séculos XVIII e XIX.
As claras, eram usadas para engomar os hábitos das religiosas. Foi para utilizar as gemas que seriam descartadas que se inventaram os doces citados, especialmente depois que a cana de açúcar, levada da Índia para a Ilha de Açores, e enfim trazida ao Brasil para virar açúcar e voltar a Portugal, derramou sua doçura pela Península Ibérica.
A farinha de trigo cedeu lugar ao fubá e à mandioca. 
O queijo foi trocado pelo coco ou com ele vem mantendo boa convivência. As amêndoas desapareceram, até porque durante séculos seu preço tornou-se proibitivo na mesa brasileira.
Vale citar a comparação feita por Gilbrto Freyre, entre Lisboa quinhentista e as capitais brasileiras do seculo XX. 
"Um costume conservado de Lisboa do seculo XlV, foi onde as negras com panelas, balaios e tabuleiros de doces, pelas ruas do Rio, da Bahia, do Recife, apregoando Alfeloas, seu Alfenin, seu doce"
Nosso bom-bocado já rivalizava com o original, produzido nas cozinhas senhoriais. O francês Debret retratou muitas escravas em suas aquarelas datadas de 1826. 

Com suas longas saias rodadas e coloridas, grandes tabuleiros repletos de delícias na cabeça, seriam resgatadas pela análise sociológica de Gilberto Freyre, para quem “do cultivo da cana, do engenho e da senzala.


Assim surgiu o Bom-bocado
Receita Portuguesa datada de 1935:
Ingredientes: 
1 chávena(xícara) de leite de coco puro 
1 colher (sopa) de farinha 
1 colher (sopa) de manteiga, derretida e fria 
2 chávenas de açúcar 
4 ovos 5 gemas 6 colheres (sopa) de queijo curado, ralado fino
Confecção: Misture bem as claras e as gemas, previamente coadas. Acrescente o açúcar, a farinha e o leite de coco, misturando bem após cada adição. Em seguida, passe esta mistura por um coador, para afilar a massa. Junte, então, a manteiga e o queijo, misturando novamente os ingredientes. Deite a massa em forminhas, untadas com manteiga e polvilhadas com açúcar. Disponha as taças num tabuleiro e leve a cozer, em banho-maria, em forno moderado, durante cerca de 25 minutos. Desenforme os bolos enquanto estiverem mornos e ponha-os em forminhas de papel.